Dança no Mundo Gêneros da Dança

Lambada

 História

.           A Lambada nasceu da junção de sonoridades já vigentes no solo brasileiro, do forró nordestino, do carimbó amazônico, da Cumbia e do Merengue latinoamericanos. No final de 1989 chegou ao auge, e depois se deslocou pelo Nordeste até atingir as areias de Porto Seguro, na Bahia, acomodando-se ali na paisagem então quase desconhecida, na qual se fixavam algumas pessoas inventivas e festivas. Em meio a esses elementos propícios, o novo ritmo adquiriu sua natureza sensual e a energia que seduziram o Planeta.

.           Com a canção ‘Llorando se Fue’, um sucesso de público e de vendas em vários recantos do mundo, a lambada recebeu um impulso sem igual. Mesmo depois que a popularidade deste ‘hit’ decaiu, a sua repercussão na forma de se dançar a lambada persistiu, e esta coreografia continuou a ocupar um lugar de destaque em Porto Seguro, lado a lado com o famoso Axé Music baiano.

Coreografia

.           A princípio sua modalidade coreográfica era praticada ao ar livre, nas praias, diante das barracas, dia e noite, transferindo-se posteriormente para as salas de bailes. O que mais encantou as pessoas foi a possibilidade de dançar abraçado ao par, como há muito tempo não se via – uma mutação do carimbó, no qual as pessoas se moviam desembaraçadas umas das outras -, o que também constituía uma forma de ensinar aos jovens a arte de bailar coladinho ao parceiro. Nos outros países esta dança brasileira é mais célebre que o próprio samba.

.           Até desembarcar no Nordeste, a lambada era reconhecida principalmente pela coreografia dos casais abraçados. Este elemento era tão fundamental que, se estivesse ausente da dança em um concurso sério, o par era imediatamente eliminado. Nessa segunda etapa da lambada, quando ela se dissemina por toda parte, a dança marca presença em vários filmes e programas televisivos, figurando até mesmo em novelas.

.           Seu caráter espetacular leva os pares a improvisarem passos cada vez mais audazes, incluindo movimentos típicos dos acrobatas. Depois deste frenesi, porém, o ritmo começa a decair e deixa de ser lançado pelas gravadoras. A música eletrônica domina as pistas e substitui a lambada. A dança também perde espaço, mas sobrevive nas praias de Porto Seguro. A sonoridade inovadora que revolucionou os salões no fim dos anos 80 e imprimiu à moralidade novos parâmetros, resiste na sua face coreográfica, moldando-se a outros ritmos.

A Lambada no mundo

.           Diversos sons já haviam sido testados pelos dançarinos na execução dos movimentos da lambada, portanto não foi difícil adaptar sucessos de outros países, principalmente o zouk – uma espécie de lambada francesa, procedente da Martinica -, aos passos desta dança, afinal este ritmo inspirou profundamente a lambada em suas primeiras manifestações. Passa a ter uma velocidade mais vagarosa, pontuada por um número maior de pausas que quase inexistiam na coreografia inicial, o que realça ainda mais o gingado sensual dos dançarinos.

.           Há, ainda, vários pontos onde se dança exclusivamente a lambada, conhecidos como lambaterias, e mestres de lambada se disseminam pelas mais diversas regiões do Planeta, sobrevivendo unicamente de sua arte. Pode-se afirmar, inclusive, que a dança deu impulso à onda das danças de salão, que só tendem a crescer em nossos dias.

.           Alguns dançarinos mais talentosos foram, aos poucos, conquistando um certo status profissional.

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