Toré é um ritual sagrado, comum a todos os povos indígenas da América. No ritual do Toré, os participantes entoam cânticos tradicionais e ancestrais para buscarem integração com as forças da natureza.
O Toré é a força maior da nossa cultura, é sagrado como um pai para a gente.” A frase, dita com simplicidade pelo mestre de linha pipipã do terreiro (pessoa que conduz a dança), Edelson Lima, 49 anos, resume bem o sentimento dos indígenas em relação ao ritual presente em praticamente todos os povos do Nordeste.
O ritual é considerado o símbolo maior de resistência dos povos indígenas do Nordeste. É realizado, geralmente, de 15 em 15 dias, tanto com o objetivo religioso quanto festivo, de comemoração. À primeira vista, pode ser percebido como uma dança, que varia de ritmos e linhas (toadas) em cada povo. O maracá dá o tom das pisadas e os índios dançam, em geral, em círculo. O toré também tem sentidos diferentes e podem ser celebrados para homenagear autoridades ou visitas; como instrumento político, em exibições públicas nas cidades onde as aldeias estão localizadas para reafirmar a coletividade perante a sociedade; e também com função religiosa, de penitência, resgate dos antepassados e relação com a natureza. No povo pipipã, quando alguém da aldeia morre, a comunidade se resguarda e passa o período de um mês sem realizar o toré no terreiro, como uma forma de homenagear aqueles que se foram.
Fonte: www2.uol.com.br
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