Rasga-te mulher, e honra teu ventre.
Dispa-se das máscaras que escondem teu verdadeiro ser.
Vira fera de ti, e com garras profundas, arranca tuas dores, teus desamores, teus vazios mais duros.
Chora a chuva de sangue que verte em teu ventre, e deixe que a Deusa escura lave teus abusos, tuas violências fundas, escondidas.
Devora, tudo aquilo que teu corpo, em teu ser e em tua alma, te feriu, te fere e não te honra .
Mira teu olhar, e com ele, queima todo mal, todo desamor, toda ausência, todo ciúmes, toda competição, todo apego.
Honra mulher sagrada, todas as conexões de alma, mas somente se te forem recíprocas, se na mesma altura se nutrirem e te alimentarem, senão simplesmente corte, o fio que a tece, e deixe para quando em algum momento essa conexão desperte em maturidade. Não olhe pra trás, apenas corte o fio.
Agradeça as tuas relações, aquelas fortes, intensas, desesperadoras, agradeça por saber exatamente onde não quer mais caminhar.
Sinta teus pés firmes, no solo fértil e selvagem e uive como uma loba em reverência a grande Lua Cheia.
Honre teu ser, tuas emoções, teu coração, teu homem sagrado, mas apenas se esse homem souber te honrar, caminhar do teu lado, porque simplesmente quer e não porque você é a única mantenedora deste relacionar.
Honre-o, mas primeiro honre a você, assim ele aprende a te honrar, mesmo nos períodos de feiticeira, em que por qualquer respiro você simplesmente morde.
É queridos, somos dóceis, amáveis, cuidadoras, acalentadoras, mas também mordemos e arranhamos se for necessário, por nosso sagrado e nossa defesa.
Te honramos e sim te amamos eternamente, mas só o manteremos ao nosso lado, se forem firmes e fortes para suportarem com amor e calor nossa intensidade.
Se forem honrados como nós somos, e não, não somos por vocês, somos por nós em primeiro.
Vocês tem o nossos corpos,e nossos corações, as vezes por uma vida inteira, mas só saberão se souberem tocar a música de nossas almas.
Se não nós de almas livres, voamos o vôo que escolhermos, e convidamos por um momento a participar aquele que nos agrade.
Que pena, muitos tem medo, das mulheres selvagens, poderiam caminhar lado a lado, e serem firmes canais.
Condutores do sagrado tantra e da cura.
Ansiamos, nós mulheres da Teia, esse despertar mais profundo, curador e sem máscaras.
Que assim sejamos, as feras que somos, para nós mesmas, que assim sejamos a intensidade que somos e que só permitamos o que de fato for amor.
Meu rezo de hoje em fase anciã, donzela, em lua e na terra, é que você mulher como eu, com todas as suas dores e alegrias, rasgue o véu que rompe o medo do despertar e simplesmente seja a Deusa selvagem que és.
Rasga-te mulher e desperte seu eu mais selvagem.
Me enxergo em ti.
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